quinta-feira, 2 de julho de 2015

Mar europeu é produtivo mas não está saudável nem limpo

 
 

O mar europeu é produtivo, mas não está saudável nem limpo, e a sua utilização de forma insustentável ameaça a produtividade e o bem-estar dos europeus, alerta um relatório da Agência Europeia do Ambiente.

«As atividades humanas e as alterações climáticas são responsáveis por uma cada vez maior pressão sobre os mares da Europa e os efeitos cumulativos ameaçam o funcionamento e resiliência dos ecossistemas marinhos», salienta o documento da entidade europeia (EEA na sigla em inglês) hoje divulgado.

O relatório realça que, apesar de se verificarem algumas melhorias, «a forma como são usados os mares continua a ser insustentável e ameaça não só a produtividade como também o bem-estar», e com base nos dados existentes, a EEA conclui que «o mar europeu pode ser considerado produtivo, mas não saudável ou limpo».

«É necessário respeitar os limites ecológicos do mar, se quisermos continuar a beneficiar dos seus recursos. Isto exige que sejam alinhadas as ambições políticas de crescimento económico com os objetivos das políticas para assegurar um mar saudável, limpo e produtivo, o que requer alterações no modo como satisfazemos as necessidades sociais», defendeu o diretor executivo da EEA, citado num comunicado da instituição.

Somente um número limitado das avaliações dos recursos marinhos indicam um estado de conservação favorável e entre as pressões aos oceanos estão os estragos no fundo do mar, devido à pesca de arrasto, o aparecimento de espécies exóticas, a presença de substâncias químicas da agricultura, a poluição e o lixo, principalmente plásticos.

Quanto às alterações climáticas, levam ao aumento das temperaturas e à potencial acidificação que pode reduzir a resiliência dos oceanos.
Entre os vários dados listados no relatório, para caracterizar a situação do mar europeu, é realçado que mais de 650 espécies de peixes, 180 de aves marinhas e cinco de tartarugas estão na Europa, e quase 320 novas espécies não autóctones foram encontradas desde 2000.
Mais de metade dos stocks das espécies comerciais avaliadas não estão num bom estado ambiental, e o total de capturas de todas as regiões de pesca tem descido nos últimos anos, levando ao crescimento da dependência das importações, nomeadamente de atum, bacalhau e salmão.

A instituição europeia refere também o ruído que afeta o interior do oceano vindo de atividades humanas como o transporte marítimo, a energia renovável ou a extração de gás e petróleo.

Segundo estimativas da EEA, o setor marítimo é responsável por 6,1 milhões de postos de trabalho e gera um valor económico de cerca de 467 mil milhões de euros.


Fonte: Cargo

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