quarta-feira, 25 de março de 2015

Gelo no Mar Ártico atinge mínimo histórico

O aquecimento global e a emissão de gases poluentes para a atmosfera estão entre as principais causas da diminuição de gelo na região.


De acordo com um estudo desenvolvido pelo Centro Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC), o nível de gelo existente no Mar Ártico é o mais baixo desde que em 1972 se começou a medir a quantidade de água gelada através de imagens por satélite. 
O estudo, divulgado esta sexta-feira, revela que a quantidade de gelo no Mar Ártico, na região que circunda o Polo Norte está reduzida a 14,54 milhões de quilómetros quadrados - uma extensão pouco maior do que o Canadá -, menos 1,1 milhões de quilómetros quadrados relativamente à média estimada entre os anos 1981 e 2010. Com a entrada da primavera, espera-se que o degelo na região se acentue.
Como excepções são apontados o Mar do Labrador (entre o Canadá e a Gronelândia) e o Estreito de Davis (situado entre a costa ocidental da Gronelândia e a ilha de Baffin, no Canadá). 
Segundo o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas das Nações Unidas, a diminuição do gelo na região mais a Norte do planeta está associada ao aquecimento global e à emissão de poluentes por parte de fábricas e centrais de energia situadas na Europa e na Ásia. Quando estas partículas atingem a neve e o gelo absorvem luz solar, acelerando o processo de degelo, que decorre a um ritmo de cerca de 3 a 4% por década.
Um estudo de 2012, desenvolvido pelo jornal científico "Environmental Research Letters", concluía que entre 70 a 95% do degelo no Ártico estava a ser causado por actividade humana. A manter-se este cenário, é provável que na segunda metade deste século, durante a época de verão, não haja gelo na região, alertam os cientistas. 

"A maioria dos modelos aponta na mesma direcção, isto é, cada vez menos gelo", afirma Sebastian Gerland, do Instituto Norueguês de Investigação Polar, citado pela Reuters. O especialista acrescenta que há cada vez menos gelo a 'sobreviver' a mais do que um inverno. 

O degelo no Ártico tem afectado a fauna local, nomeadamente os ursos marinhos e as focas, bem como a comunidade indígena, com a facilidade de acesso à região. Os preços baixos do petróleo têm, porém, desencorajado a exploração. 

Segundo Rafe Pomerance, presidente do grupo ambiental Arctic 21, citado pela Reuters, "estes novos dados sobre o degelo deixam uma clara mensagem à comunidade global, a de que o Ártico está a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do planeta".

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, 2014 foi o ano mais quente desde que se iniciou o registo das temperaturas, em 1880. Cerca de 200 países concordaram em reunir-se em Dezembro deste ano, em Paris, para avançar com medidas para conter o aquecimento global.

Fonte: Expresso

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