No dia 17 de Fevereiro de 1941, o SS Gairsoppa foi torpedeado por um submarino alemão que o detectou a quase 500 quilómetros da costa irlandesa. Apenas uma parte dos lingotes de prata que o navio britânico carregava estavam cobertos por seguro e agora a equipa da Odyssey Marine Exploration conseguiu trazer de volta à superfície mais de 1200 barras que, no total, foram avaliadas em cerca de 28 milhões de euros.
Um bando altamente sofisticado de caçadores de tesouros dos tempos modernos, a empresa tornou-se conhecida depois de um juiz norte-americano ter ordenado à Odyssey que devolvesse quase 348 milhões de euros em moedas de ouro e prata - recuperadas em 2007 - a Espanha, que afirmou que o tesouro fora retirado de uma das suas fragatas. O "Cisne Negro" teria naufragado durante as guerras napoleónicas, em 1804, ao largo da costa portuguesa. Mas a Odyssey argumentou que não só era incerta a origem dos destroços como que a sua descoberta se deu em águas internacionais.
A descoberta do navio pela Odyssey deu-se em 2011 e foi o culminar de uma busca que se prolongava há dez anos. "Não sabíamos onde se encontrava", explicou à NBC o responsável da Odyssey, Andrew Craig. "Foi realmente um daqueles casos em que tivemos de passar a pente fino a zona do naufrágio até nos depararmos com ele."
Através de veículos pilotados remotamente e especialmente concebidos para resistir a pressão àquela profundidade, a equipa conseguiu resgatar cerca de 99% da carga do navio naufragado. Agora, e de acordo com o seu contrato com o Reino Unido, a empresa com sede em Tampa, na Florida, terá direito a ficar com 80% dos lingotes recuperados. Os outros 20% ficaram para o estado britânico.
Segundo o "Daily Mail", o governo britânico tem buscado desesperadamente fontes de receita alternativas e terá sido isso o que levou a Odyssey a contactar o Reino Unido para firmar contratos visando a recuperação de tesouros de navios britânicos afundados.
Fácil de identificar devido ao padrão vermelho e negro da sua pintura, o SS Gairsoppa era um navio a vapor de 412 metros propriedade da britânica Companhia Indiana de Navegação a Vapor. O navio tinha deixado Calcutá na companhia de outros mas perante ventos fortes e um mar agitado o seu capitão apercebeu-se de que não tinha carvão suficiente para chegar a Liverpool. O navio desviou-se dos restantes de forma a chegar ao porto de Galway e foi então que o submarino alemão U-101 disparou os torpedos que, em menos de 20 minutos, afundaram o SS Gairsoppa.
A Odyssey Marine Exploration não pára, e depois desta última descoberta está já no trilho de um novo tesouro, tendo descoberto, em 2011, os destroços do SS Mantola a 2500 metros de profundidade e próximo do local onde o SS Gairsoppa foi encontrado. De resto, a empresa norte-americana continua a vasculhar o fundo do mar em busca do HMS Sussex, que se afundou em 1694 ao largo de Gibraltar, carregando 10 toneladas de ouro, assim como o HMS Victory.
Fonte: Ionline.
F
Sem comentários:
Enviar um comentário